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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Guarda Municipal RJ, integrante do antigo Grupamento de Ações Especiais e agora GOE, Grupamento de Operações Especiais

domingo, 26 de maio de 2013

NIVELAMENTO OPERACIONAL - 4ª DIA













FUZILEIROS BRASILEIROS EXPORTAM ORGANIZAÇÃO E ATÉ EXPERTISE MUSICAL PARA NAMÍBIA



Após mais de duas décadas de luta, a Namíbia conquistou sua independência da África do Sul em 1990. Com a recém-conquistada autonomia, no entanto, era preciso organizar praticamente do zero suas Forças Armadas, com Exército, Aeronáutica e Marinha. No caso da última arma, o país do sudoeste africano acabou contando com o auxílio de um “vizinho” que fica a mais de 6 mil quilômetros de distância, do outro lado do Oceano Atlântico: o Brasil.
Iniciada em 1994, a cooperação entre as Marinhas brasileira e namibiana é um dos carros-chefes da aproximação militar entre o Brasil e países africanos, que tem como objetivo garantir a segurança no Atlântico sul e enfrentar novas ameaças como a pirataria, o terrorismo e o tráfico de drogas na região.
 
No caso da Namíbia, o Brasil foi peça fundamental para a implementação do Corpo de Fuzileiros Navais do país africano.
“A Namíbia está partindo do zero. Começou conosco em 2005 e hoje, com cerca de oito anos, já se encontra com um batalhão 60% estruturado”, diz o capitão de fragata fuzileiro naval Stewart da Paixão Gomes, porta-voz do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil.

Formação

Desde 2005, mais de 400 fuzileiros navais namibianos foram capacitados no Brasil. Já em 2009, a Marinha brasileira criou o Grupo de Apoio Técnico de Fuzileiros Navais, que tinha como objetivo inicial a criação de um curso de formação de soldados fuzileiros na Namíbia, além de prestar assessoria na organização e estruturação do grupo militar especializado em operações anfíbias namibiano.
Stewart explica que a formação dos fuzileiros namibianos é baseada nos mesmos princípios usados pelos militares brasileiros.
“Os cursos realizados naquele país são bastante similares aos nossos, usando o mesmo currículo, formando o pessoal da mesma forma que aqui”, diz.
 
De acordo com o porta-voz, atualmente trabalham na Namíbia 30 militares brasileiros. Entre as principais tarefas do grupo hoje estão o acompanhamento do curso de formação de soldados fuzileiros, a implementação de outro curso de especialização de cabos fuzileiros e a assistência na formação de um grupo de operações especiais na Marinha namibiana.

Início

A primeira missão brasileira com o objetivo de auxiliar na criação de um Corpo de Fuzileiros Navais namibianos desembarcou no país africano em janeiro de 2009, sob o comando do capitão de mar e guerra fuzileiro naval José Calixto dos Santos Júnior.
“A ideia (era) de criar um batalhão de infantaria e formar os soldados dentro de um contexto similar ao que nós formamos aqui no Brasil”, diz Calixto, que passou dois anos na Namíbia e atualmente está reformado.
De acordo com o comandante, apesar da inspiração no modelo brasileiro, foi necessária uma série de adaptações para adequar o novo Corpo de Fuzileiros às características de terreno, históricas, culturais e sociais da Namíbia.
Após a aprovação da estrutura do novo corpo por parte das autoridades namibianas, foram desenvolvidos manuais, técnicas e atividades de adestramento que acabaram resultando na formação da primeira turma de soldados fuzileiros navais do país africano.

Cultura

Alguns dos desafios iniciais na formação dos fuzileiros namibianos passaram pela adaptação de características culturais do país às necessidades do novo corpo.
Calixto conta que muitos namibianos não têm uma ligação forte com o mar e, durante a formação dos membros do novo Corpo de Fuzileiros Navais – uma tropa anfíbia por definição -, foi necessário ensinar alguns dos militares namibianos a nadar.
“Não existe fuzileiro naval que não saiba nadar. E essa foi uma grande dificuldade que nós tivemos, em fazer com que o militar da Namíbia gostasse da água e conseguisse iniciar os primeiros passos para ser um bom nadador”, conta o comandante.
Mas se algumas características dificultaram, outras facilitaram o trabalho dos militares brasileiros no país.
Embora a língua oficial da Namíbia seja o inglês, muitos dos militares que tiveram contato com os brasileiros compreendiam e falavam bem o português.
“Havia uma facilidade grande de comunicação, porque no contexto da guerra (de independência), alguns militares que conosco conviveram ficaram escondidos em Angola durante 10, 11 anos. Esses militares, mais antigos, já falavam um português fluente”, explica o capitão de mar e guerra fuzileiro naval Ivan Rocha Damasceno Filho, que comandou o grupo de apoio brasileiro na Namíbia entre 2010 e 2012.

“Nós falávamos em português, instruíamos em português, eles entendem perfeitamente. Não havia dificuldade nesse aspecto”, diz Damasceno.

Música

Mas além de auxiliar na organização e na formação de militares, o grupo de apoio brasileiro na Namíbia também teve uma outra função: a estruturação de uma banda de música para o Corpo de Fuzileiros Navais namibiano, nos moldes da banda marcial brasileira, além do desenvolvimento do cerimonial do grupo.
Tanto a questão do cerimonial para o recebimento de autoridades como a parte musical são consideradas pelos fuzileiros como partes importantes nas tradições do grupo e que, junto com atividades como marchas e paradas, contribuem para o desenvolvimento da marcialidade e disciplina dos militares.
Uma parte deste trabalho é centrada na corneta, que é utilizada para passar ordens e comandos para a tropa, como explica Samuel Alves de Oliveira, 2º sargento fuzileiro naval corneteiro, que passou quase dois anos trabalhando na Namíbia.
“É muito dificultoso dar uma ordem para uma massa de militares. A nossa função ali é justamente facilitar a ordem que é transmitida à tropa, e a gente faz isso por meio de um instrumento chamado corneta”, diz Oliveira, que também atuou na parte de desenvolvimento de voz e da banda do corpo namibiano.
“Eu até pensava no início que seria um pouco mais difícil, mas, quando nós chegamos ali, vimos que o trabalho seria muito fácil, porque o africano, e em especial o namibiano, tem uma percepção musical muito aguçada, cantam já por natureza. Eu aprendi muito trabalhando com eles”, diz.

sábado, 25 de maio de 2013

NIVELAMENTO OPERACIONAL - 3ª DIA
















MARINHA DO BRASIL NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES


MECs se infiltram no navio em exercício de 'fast rope' - foto: MB


A tarefa era tomar o comando de um navio, suspeito de transportar materiais ilícitos. Capuzes, armamentos, voos rasantes, acompanhados de agilidade e efeito surpresa, compuseram o cenário criado pelo Grupamento de Mergulhadores de Combate da Marinha (GRUMECs), como parte do treinamento realizado para a Copa das Confederações, no dia 23 de maio, na Baía de Guanabara 
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Sete militares do Destacamento de Abordagem, embarcados na aeronave ‘Super Puma’, se infiltraram no navio deslizando por um cabo. O “fast rope”, demandado  cautela e audácia do grupo para seguir o seu percurso até o passadiço, local do comando. Com fuzis, granadas, pistolas e coletes a prova de bala, alguns chegam a carregar quase 30 quilos em equipamentos. Lanchas de ação rápida também conduziram outro grupo ao local, para dar apoio à ação.

“No exercício, nossa equipe foi acionada para realizar uma abordagem ao navio, que não estava cooperando com nossos contatos. Por estar no mar, e não termos como pousar, as melhores formas de nos inserirmos é por meio desse método, ou com as lanchas. A equipe deve, o quanto antes, tomar o controle do navio para iniciar a inspeção”, esclarece o Capitão-Tenente Felipe Fonseca Mesquita Spranger, mergulhador de combate.
GRUMEC – organização militar de Operações Especiais da Marinha

O atentado ocorrido durante a Maratona de Boston (Estados Unidos), no dia 15 de abril, acendeu um alerta no governo e na população brasileira. Além da Copa das Confederações, que acontece de 15 a 30 de junho, o País sediará eventos internacionais que reunirão grandes aglomerações em algumas cidades e a atenção mundial, como a Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Para tanto, a Marinha do Brasil têm se preparado para combater possíveis ataques que possam acontecer nessas ocasiões. Os Mergulhadores de Combate são os únicos elementos no Brasil capacitados, adestrados e equipados para executar tarefas de abordagem de navios, embarcações e plataformas de petróleo.
“Um grande investimento tem sido realizado pela Marinha, nesta unidade, visando um melhor preparo das tropas para esses eventos. As tarefas designadas aos mergulhadores para esses eventos, relacionadas a ameaças terroristas, bombas, sequestros de personalidades e entrada de material ilícito pelos portos e aeroportos, já são treinadas dia a dia”, declara o Capitão-de-Corveta Cláudio Pereira da Costa, Chefe de Operações dos mergulhadores.
Dentre os investimentos, está a aquisição de novos equipamentos, como o Dispositivo de Propulsão de Mergulhador de Combate, veículo autopropulsado que permite deslocamento submerso dos mergulhadores por longas distâncias, sem que ele realize grande esforço físico. O equipamento transporta até duas pessoas e uma quantidade grande de explosivos. Há também os equipamentos de mergulho FROGS e CODE, de circuito fechado, possibilitando ao operador maior autonomia e discrição, além do CRABS de circuito semi-fechado, utilizado para atividades de desativação de artefatos explosivos em baixo d’água.
De acordo com o Comandante Costa, o GRUMEC poderá ser empregado, caso necessário, em atividades de retomada e resgate com foco em ações contra-terroristas, de desativação de artefatos explosivos e em operações de interdição marítima. Na Copa das Confederações, eles atuarão no Rio de Janeiro e em Salvador (BA). Cada equipe possui especialistas nas áreas de mergulho, operações aéreas, comunicações, inteligência, armamento, embarcações e motores e primeiros socorros em combate.

NIVELAMENTO OPERACIONA L - 2º DIA