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domingo, 31 de março de 2013

15 anos da Batalha de Mogadíscio - Parte 1


Local da Queda do Super 64, alguns dias mais tarde
Na foto acima, o local da Queda do Super 64, alguns dias mais tarde

Em 3 de outubro de 1993, há exatamente 15 anos, ocorreu aquele que foi considerado, até então, o combate urbano em curta distancia mais violento desde a Guerra do Vietnã, envolvendo unidades de infantaria

Equipes da Força Delta, e elementos do SEAL, com a cobertura dos Rangers e apoio de Pararescues da USAF, foram enviados ao centro de Mogadíscio para capturar o General Muhammed Farah Aideed, líder de uma das facções políticas, a Aliança Nacional Somali (SNA), que estava em luta na Somália.

Alguns eventos que antecederam a ação

Em 5 de junho de 1993, forças da SNA de Aideed emboscaram soldados paquistaneses que integravam a UNOSOM II, matando 24 e ferindo outros 44 homens. O Conselho de Segurança da ONU baixou a Resolução 837, que adota uma postura militar mais agressiva em relação a Aideed. Entre outras medidas, entre 7 de junho e 14 de julho foram usados quatro gunships AC-130 Spectre, que voaram um total de 32 missões de interdição, reconhecimento e operações psicológicas, sendo oito dessas sortidas de combate sobre as ruas de Mogadíscio, usando seus canhões de 105 mm e 40 mm, destruindo inclusive dois depósitos de armas e a Rádio Mogadíscio, usada para propaganda de Aideed.
Em 17 de junho, foi autorizada a detenção de Aideed e oferecida uma recompensa de US$ 25.000, o que só serviu para piorar o clima político, com aumento de choques de tropas da ONU e dos EUA, com a sua milícia. Em 12 de julho, a Força de Reação Rápida atacou QG de Aideed com helicópteros de ataque. Depois desse ataque a multidão hostil matou quatro jornalistas ocidentais que cobriam a ação, mostrando seus corpos para o mundo ver. Imediatamente o Comando da Força da ONUSOM II colocou a sua inteligência e capacidade operacional para localizar, capturar e deter Aideed e qualquer um de seus apoiadores, que foram responsabilizados pelos ataques de junho e julho.
A FT 3-25 (Aviação) do U.S. Army foi designada o elemento de Comando e Controle e estabeleceu três equipes para realizar as operações de captura: Team Attack, Team Snatch, e Team Secure. Formada por helicópteros de Ataque, Escolta e Transporte com snipers e um pelotão de escolta que realizariam uma vigilância continua, executando um ataque a seu comboio e escolta quando ele estivesse trafegando pela cidade e mais vulnerável. O Team Attack destruiria os veículos líder e de retaguarda do comboio, o Team Snatch então capturaria Aideed e a equipe Secure criaria um perímetro para impedir a entrada de civis e a fuga dos alvos do local da emboscada. Alerta o General passou a ser mais discreto nos seus deslocamentos pela cidade.
Tripulação do Super 64 dias antes da queda.
Tripulação do Super 64 dias antes da queda.
Em 8 de agosto, uma viatura da Policia Militar (1) foi destruída por uma mina, na rua Jialle-Siaad, matando quatro militares americanos a bordo. A situação piorou, e o Secretário-Geral da ONU Boutros-Boutros Ghali pediu ao Presidente Bill Clinton, recém empossado, ajuda para capturar Aideed.
Em 28 de agosto, começou a chegar à Somália a Força-Tarefa Combinada de Operações Especiais (JSOTF) ou Força-Tarefa Ranger, sob o comando do Major-General William F. Garrison. A FT era formada por elementos da Força Delta, do 2º Batalhão do 75º Regimento de Rangers (2/75), dos ParaRescue da USAF e SEAL da Marinha.
Em 8 de setembro, soldados americanos e paquistaneses estavam retirando bloqueios das ruas em um lugar conhecido como Fabrica de Cigarros, quando foram atacados pela milícia usando canhões sem recuo de 106mm, RPG e armas portáteis.
Em agosto e setembro, realizaram seis missões em Mogadíscio, todas com sucesso. Em 21 de setembro, numa dessas incursões, foi capturado Osman Atto um dos assessores mais próximos de Aideed, A ação ocorreu sem sobressaltos, mas os homens da Força-Tarefa enfrentaram pela primeira vez fogo pesado de armas portáteis e de RPGs. O fogo foi devolvido por unidades em terra e no ar. Mais tarde, no mesmo dia, essa unidade foi novamente atacada pela milícia, usando uma multidão de cerca de 1000 pessoas como escudo. Seis homens da UNOSOM II foram feridos.
Outros soldados que estavam desbloqueando as ruas foram atacados nos dias 16 e 21 de setembro. No ataque do dia 21, os paquistaneses perderam um VBI e sofreram nove baixas, entre elas, dois mortos.
Em 25 de setembro um helicóptero UH-60 Black Hawk americano foi abatido, causando a morte de três homens, um do 25º Regimento de Aviação (10ª Div) e dois do 101º Regimento de Aviação (101ª Div), forças americanas e paquistaneses garantiram o local da queda e evacuaram as baixas sob fogo. O que causou preocupação aos americanos, foi o fato dos somalis terem derrubado o helicóptero usando um simples RPG, normalmente usado para atacar veículos blindados. Isso não era um bom prenúncio para incursões da FT Ranger usando helicópteros.
Área da operação, com os pontos de queda:
Área da operação, com os pontos de queda.

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