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Guarda Municipal RJ, integrante do antigo Grupamento de Ações Especiais e agora GOE, Grupamento de Operações Especiais

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Militares simulam tomada de pelotão de fronteiras na Amazônia


Treinamento foi acompanhado pelo ministro Celso Amorim, que assistiu de um platô as manobras no teatro de operação
Antes do teatro de operações, as tropas apresentaram-se ao ministro da Defesa, Celso Amorim, e ao comandante do Exército, Enzo Martins Peri. 

Escoltados por dois navios-patrulha e dezenas de lanchas, fuzileiros navais se deslocam pelo leito do rio em direção à margem de terra firme de Paricatuba (AM). Em questão de minutos, as tropas tomam de assalto o pelotão especial de fronteira, enquanto o inimigo parte em retirada. As cenas que ocorrem no Rio Purus fazem parte da “Operação Amazônia 2012”, treinamento conjunto das Forças Armadas que tem por objetivo adestrar os militares brasileiros.

“É melhor que cinema”, comenta o ministro da Defesa, Celso Amorim, após assistir as manobras no teatro de operação do alto de um platô.

Nos céus, duas aeronaves Super Tucano metralham embarcações inimigas, enquanto helicópteros percorrem o trecho dando proteção às tropas em terra. Em pouco tempo, soldados do Exército substituem o efetivo dos fuzileiros navais. Dois caças F5 surgem para demonstrar a presença da Força Aérea. A ação termina com o lançamento de fardos por aviões.

Após assistir as manobras, o ministro Amorim deslocou-se à Escola Municipal Presidente Costa e Silva, onde presenciou atendimento médico-odontológico aos moradores da região. Marijane Gomes Coelho, 18 anos, que na última segunda-feira (24) recebeu o atendimento de emergência de profissionais de saúde da Marinha, acompanhou o marido Getúlio Oliveira da Silva, 34 anos, em nova visita ao local. Diagnosticado com infecção intestinal, ele recebeu medicação adequada e orientação de repousar em casa.

Em Iranduba (AM), município perto da capital amazonense Manaus, Amorim percorreu as dependências de um posto rodoviário municipal, onde ocorria uma ação cívico-social conjunta. No posto, os moradores puderam receber atendimento médico e odontológico, tirar carteira de identidade e proceder ao alistamento militar.

O local abrigou ainda um salão de cabeleireiro montado pelo Senac, além de um posto para distribuir medicamentos. “A operação ocorreu de forma integrada. Tivemos desde as manobras militares em Paricatuba aos atendimentos cívico-sociais. Isso é muito importante”, avaliou o ministro.

Operação Amazônia 2012

Durante o exercício militar realizado nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Rondônia – maior parte da região Norte do país –, cujo foco central é o adestramento das tropas, houve também a apreensão de sete embarcações que transportavam passageiros em excesso e armamentos.

Três delas transportavam armas ilegais e outras quatro levavam passageiros para comícios de políticos. Os barcos foram encaminhados para a polícia, junto com os proprietários. Inquéritos vão apurar as responsabilidades em cada caso.

O balanço foi relatado ao ministro da Defesa pelo comandante da Força Naval Componente (FNC), contra-almirante Antonio Carlos Frade Carneiro, na sede do Comando Militar da Amazônia (CMA), base da “Operação Amazônia 2012”.

Em quase 15 dias de ação pelos rios, rodovias e espaço aéreo, as tropas abordaram 159 embarcações, vistoriaram rodovias e tomaram conta do espaço aéreo em exercícios virtuais e reais. “Diferentemente das Operações Ágata, que tratam exclusivamente do patrulhamento das nossas fronteiras, a Operação Amazônia tem por objetivo preparar a tropa para a defesa da nação”, afirmou o ministro Celso Amorim.

Retomada de Paricatuba

Para acompanhar a movimentação militar no teatro de operações, o ministro Amorim se deslocou na manhã desta quarta-feira (26) para Paricatuba. Na companhia dos comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Força Aérea, brigadeiro Juniti Saito, além do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, o ministro conferiu o script da retomada de um posto do Exército por tropas de fuzileiros navais.

A cargo do general Eduardo Villas Bôas, comandante Militar da Amazônia, Amorim assistiu a treinos de substituição dos fuzileiros por tropas do Exército, exercício do Guia Aéreo Avançado (GAA), que consiste na ação de um militar em terra orientando ataque de aeronaves de caça, e o lançamento de suprimentos.

Do teatro de operações em Paricatuba, a comitiva seguiu para Iranduba. Na localidade situada na região metropolitana de Manaus, as Forças Armadas promoveram ações cívico-sociais de atendimento médico-odontológico e emissão de documentos às populações ribeirinhas de baixa renda. Estima-se que aproximadamente 1,5 mil cidadãos tenham sido beneficiados naquela região.

São Gabriel da Cachoeira

Celso Amorim aproveitou o deslocamento no Amazonas para conhecer o trabalho da 2ª Brigada de Infantaria de Selva. Sob o comando do general Sergio Liz Goulart Duarte, ela é o braço do Exército numa das regiões mais importantes do país. Denominada de Brigada Araribóia, chegou em São Gabriel da Cachoeira (AM), distante 850 quilômetros de Manaus, no começo do século 21. Hoje, sua ampliação reflete parte do processo de fortalecimento da fronteira brasileira. A unidade defende um quinhão de uma área de aproximadamente 11 mil km2 no território Norte do Brasil, atuando nas três maiores cidades do país em tamanho territorial: São Gabriel, Santa Isabel e Barcelos.

São Gabriel da Cachoeira contempla outra experiência das Forças Armadas. A partir de convênio com a Secretaria Municipal de Saúde, o Exército está à frente do Hospital de Guarnição. O relato feito pelo tenente-coronel Roberto Monteiro de Albuquerque mostra a dificuldade para levar o atendimento aos moradores da região. A maior dificuldade, segundo ele, é manter nos quadros da unidade hospitalar profissionais de saúde civis. “Dos 15 médicos que trabalham no hospital, 13 são militares. Se levarmos em conta os 17 médicos aqui na nossa região, apenas três são civis”, contou o diretor do hospital.

Ao fazer uma exposição para o ministro Amorim e sua comitiva, o general Sergio Liz Goulart Duarte destacou também as ações do comando da Brigada para a melhoria do relacionamento com as comunidades indígenas da região. O militar informou que há um bom trânsito com as mais diversas etnias.

Na visita à unidade militar, foi destacado também o trabalho desenvolvido pelas mulheres dos militares que vivem na região. Elas divulgam suas atividades por meio de redes sociais. Intitulado “Jovens Guerreiras”,

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Troupes de Marine - França







As Troupes de Marine, anteriormente Troupes Coloniales, são um braço do Exército francês com uma forte herança colonial. As Troupes de marine têm uma marcante folha de serviços prestados a França em várias missões no exterior. Apesar de seu título eles são parte do Exército francês desde 1958. Eles são muitas vezes chamados de French Marines pela mídia de língua inglesa, embora eles não estejam conectados à infantaria francesa naval, os Marins Fusiliers e Commandos Marine.
 
Corporal-chefe, Infantaria Colonial
Indochina (1950-54). As insígnias do corporal estão em vermelho e ficam sobre um fundo azul marinho e tem uma ancora complementando as mesmas.

Soldados das Troupes de Marine passam mais tempo do seu serviço em missões no exterior, particularmente na África, mais tempo do que outros soldados franceses. As Troupes de Marine incluem infantaria (incluindo unidades de tanques leves e unidades aerotransportadas) e de artilharia.

As Troupes de Marine foram fundadas em 1622 (oficialmente intituladas compagnies ordinaires de la mer) como as forças de terra sob o controle da Marinha, nomeadamente para operações no Canadá francês. As Troupes de Marine foram transferidas para o exército em 1900 e tornaram-se parte das Coloniales Troupes (tropas coloniais). O apelido la Coloniale ou la Colo refere-se a esta herança.

No seu auge, em 1940, as Coloniales Troupes consistiu em nove divisões e várias semi-brigadas que mantinham posições de metralhadoras na Linha Maginot . Eles foram recrutados tanto em França como no exterior.

Com a França despojando-se de suas colônias, o título histórico de Troupes de Marine foi retomado em 4 de maio de 1961. Isso foi depois de um breve período a partir de 1958, quando todos as Coloniales Troupes tinha sido designada como Trupe d 'Outre-Mer (tropas no exterior). Elas se tornaram um componente importante nas forças de intervenção da França.
História
As Troupes de Marine são originárias das Ordinaires compagnies de la mer criadas em 1622 pelo cardeal Richelieu. Essas foram as tropas dedicadas ao combate naval. As colônias francesas estavam sob o controle do Ministère de la Marine (análogo ao Almirantado britânico), por isso usou seus marines para a defesa colonial também.

A pré-revolucionária "infanterie de la marine", era composta por:

"La Marine", formado a partir das "Compagnies Ordinaires de la mer", criado em 1622, mais tarde tornando-se o 11º Regimento de Infantaria de Linha
"Royal-Vaisseaux", criado em 1638, tornou-se o 43º Regimento de Infantaria
"La Couronne", criado em 1643, tornou-se o 45º Regimento de Infantaria
"Royal-Marine", criado 1669, tornou-se o 60º Regimento de Infantaria
"Amirauté", criado em 1669
"Cap", criado em 1766, tornou-se o 106º Regimento de Infantaria
"Pondichéry", criado 1772, tornou-se o 107º Regimento de Infantaria
"Martinica et Guadeloupe", criado em 1772, tornou-se o 109º Regimento de Infantaria
"Port-au-Prince", criado em 1773, tornou-se 110º Regimento de Infantaria
Antes da Primeira República, o Corpo Real de l'infanterie de la Marine havia sido substituído pelo Royal Corps de Canonniers-Matelots em 1 de janeiro de 1786. O Corpo Real de Canonniers-Matelots foi uma primeira tentativa de se usar marinheiros para funções anteriormente feitas pelos marines - soldados especializados em combate naval e anfíbio.

A 21 de fevereiro de 1816 uma ordem real de Luís XVIII restabelecer a L'infanterie de marine autorizando a criação de dois regimentos. A L'infanterie de marine foi aumentada para três regimentos em 1838 e quatro em 1854. O 1º Regimento estava localizado em Cherbourg, o 2º em Brest, o 3º em Rochefort e o 4º em Toulon. Em 1890, a L'infanterie de marine foi aumentada para oito regimentos. A L'artillerie de marine, criada em 1793, foi formada por um único regimento em 1814. Um segundo foi adicionado em 8 de julho de 1893. As batalhas travadas por esses soldados ocorreram na Guerra da Criméia, incluindo Bomarsund (1847) no Báltico, Hoa Ki na China (1860) e México na Batalha de Puebla (1863). Sua batalha mais famosa foi Bazeilles (1870), na Guerra Franco-Prussiana.

As Troupes de Marine lutaram com distinção durante a Guerra Sino-Francesa (agosto 1884 a abril de 1885) e durante o período de hostilidades não declaradas em Tonkin (norte do Vietnã) que a precedeu. Entre junho de 1883 e abril 1886, o Corpo Expedicionário Tonkin incluía batalhões de infantaria e várias baterias de artilharia dos marines. Essas unidades serviram na Campanha de Tay Son (Dezembro de 1883), na Campanha de Bac Ninh (Março de 1884), na captura de Hung Hoa (Abril de 1884), na emboscada de BAC Le (Junho de 1884), na Campanha de Keelung (outubro de 1884 a junho 1885), na Batalha de Yu Oc (Novembro de 1884), na Batalha de Nui Bop (Janeiro de 1885),n a Campanha Sơn Lang (Fevereiro de 1885) e da Campanha de Pescadores (Março de 1885).
Um cadete (normalmente filho de um oficial veterano) recebe instruções de um sargento de um das Compagnies franches de la Marine
em New France, Canada ente 1750-1755
Em março de 1885 os dois batalhões de infantaria da 1ª Brigada do Tenente-Coronel Ange-Laurent Giovanninelli sofreram pesadas baixas na Batalha de Hoa Moc. A vitória francesa em Hoa Moc aliviou o Cerco de Tuyen Quang, e foi comemorado depois, em uma cerimônia anual em Tuyen Quang em que um soldado da Legião Estrangeira Francesa (representando a guarnição sitiada) e um da infantaria marinha (representando a coluna de alívio) solenemente apresentavam as armas no aniversário da liberação do posto francês sitiado.
 
Soldado das Troupes de Marine com uniforme padrão do Exército francês e armado com um  fuzil-automático FAMAS de 5.56 mm. Observe a sua boina azul-marinho, característica destas tropas.

A Marinha francesa em si, devido aos problemas que estava tendo para obter destacamentos de Troupes de Marine junto ao Ministério da Marinha, formou os  fusiliers-marins em 1856. Esses eram foi inicialmente compostos de marinheiros e oficiais da Marinha que passaram por treinamento especial de infantaria, a fim de formar os destacamentos "marines" que serviriam a bordo do navios de guerra da França.
Em 7 de julho de 1900 as Troupes de Marine foram retiradas da responsabilidade do Ministère de la Marine, e transferido para o Ministério da Guerra e adicionado as Troupes Coloniales do Exército francês. Os títulos regimentais mudaram de "Marine" para "Colonial". Os fusiliers-marins permaneceram com a Marinha francesa. As Troupes Coloniale ainda estavam sendo preferencialmente usadas em desembarques anfíbios.
Na I Guerra Mundial durante a Campanha dos Dardanelos, o Corps Expeditionaire d'Orient era formado em mais do que dois terços de Troupes Coloniales incluindo os 4º, 6º, 7º e 8º Regimentos de Infantaria e Artilharia Colonial.

Na Segunda Guerra Mundial, uma unidade Colonial tinha em seu titulo o nome "Marine" - O Bataillon d'Infanterie de Marine du Pacifique (BIMP). Duas divisões das Troupes Coloniales foram treinadas em táticas anfíbias pelos americanos e executaram desembarques anfíbios na Córsega (6ª Divisão Marroquina de Montanha) e em Elba (9ª Divisão de Infantaria Colonial - 9e DIC). Ambas as divisões também desembarcaram no sul da França nos escalões de continuação da Operação Dragão.
Os franceses queriam que os EUA transportassem essas duas divisões para o Pacífico para lutar contra os japoneses e mais tarde retomar Indochina francesa, mas houve problemas em seu transporte. Os paraquedistas marines também participaram como franceses livres do SAS criado por David Stirling, lutando no Norte da África, França e Holanda. Os Troupes de Marine também lutaram nas duras guerra colônias pós-Segunda.

Com a França despojando-se de suas colônias, em 1º de Dezembro de 1958, o título de Troupes d' Outre-Mer (tropas no exterior) substituiu o de Troupes Coloniales. Finalmente, em 4 de maio de 1961, a designação histórica de Troupes de Marine foi retomado, desta vez para todos as Troupes Coloniales. Elas se tornaram um componente importante na Força de Intervenção da França.
Em julho de 1963, a 9e Brigade d'Infanterie de Marine (9e BIMa) das Troupes de Marine foi formada como a primeira Força de Intervenção francesa. Ela recebeu a insígnia da 9ª Divisão de Infantaria Colonial (9e DIC), que havia realizado um assalto anfíbio bem sucedido em Elba na Segunda Guerra Mundial. As demais Troupes de Marine no exterior tornaram-se parte das Forces d'outre me.
Em 1964, a Força de Intervenção foi expandidA pela adição de duas brigadas aerotransportadas e uma brigada motorizada, formado na 11 ª Divisão de Intervenção, que se tornou a 11ª Divisão de Pára-quedistas, em 1971.
As Troupes de Marine foram removidas desta divisão em 1976, para formar uma força de intervenção separada, a 9e Brigade d'Infanterie de Marine que foi ampliada em 1º de Janeiro de 1976 para formar a 9e Division d'Infanterie de Marine (9e DIMa). Esta divisão era o componente anfíbia da Força de Intervenção, que foi rebatizado de  Force d'Action Rapide (FAR), em 1983.
Um paraquedista do 3e Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine - 3e RPIMa ( a esquerda) se posiciona ao lado de soldados dos EUA, Itália e Grã-Bretanha em Beirute em 1983. Eles observam um rojão de fabricação soviética. O paraquedista francês porta um fuzil-automático FAMAS de 5.56 mm
Por causa de sua herança no exterior e sua utilização na Força de Intervenção, as Troupes de Marine foram em sua maioria formadas por voluntários, pois na França os recrutas são legalmente isentos de servir no exterior. A conversão do Exército francês em uma força profissional de menor porte levou à decisão de reduzi o tamanho da 9e DIMa para o tamanho de uma brigada, e assim em 1º de Julho de 1999 ela tornou-se a 9e Brigade Légère Blindée de Marine.

As tropas de marinha são um dos "armes" (Corpo) do exército francês, que inclui especialidades associadas com outros corpos (artilharia, cavalaria, sinais), mas com especializações anfíbias ou no ar.
Os homens das Troupes de Marine tem uma longa folha de serviços passando por ações no Afeganistão, Albânia, Angola, Camboja, República Centro Africana, Comores, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Ex-Iugoslávia, Gabão, Guiné, Golfo, Kosovo, Curdistão, Líbano, Mauritânia, Níger, Nova Caledônia, Ruanda, Somália, Chade, Timor Leste, Tunísia e Zaire.

FAMAS calibre 5.56mm rifle de assalto automático
Apelidos

Os soldados da Troupes de Marine são conhecidos em francês como Marsouins (" marsuíno em portugues que é um mamífero cetáceo, semelhante ao delfim ou boto), alegadamente porque, como os golfinhos, eles acompanham os navios, sem realmente fazer parte da tripulação. Os artilheiros marine também Bigors, um apelido, cuja origem é disputada. Poderia vir de bigue dehors que era a ordem dada para carregar as armas de um navio. Ele também pode vir de bigorneau (em referencia ao caramujo), devido a sua resistência e relutância em abandonar suas posições em combate ou porque suas funções normalmente faziam com que eles estivessem presos as rochas costeiras.
ComposiçãoAs Troupes de Marine são formadas por tropas das:

  - Infanterie de Marine
       Infantaria
      Cavalaria Ligeira
      Pára-quedistas
  - Artillerie de Marine
     
Artilharia
Uniforme

Os modernos uniformes das Troupes de Marine é o mesmo das outras unidades do Exército francês. As características distintivas são uma âncora de ouro de metal como um emblema sobre a boina azul marinho (os paraquedistas usam boinas vermelhas e seu emblema é um composto de âncora de ouro e de asas de prata da unidades de paraquedistas). É usado tanto na boina ou bordado na parte da frente do kepi.
O uniforme moderno completo inclui um kepi azul escuro, dragonas amarelas com franjas e uma gravata azul-marinho (lenço ao redor do pescoço). Uma faixa vermelha na cintura também é por vezes usada por algumas unidades com parte da história de serviços coloniais na África e Indochina.

Kepi e dragonas tradicionais

O quepe moderno é presenteado aos novos recrutas em uma cerimônia solene. Ele é usado quando outra cobertura não é indicada. É o típico quepe francês a cor azul marinho com a âncora, que é o símbolo das das Troupes de Marine
. Quando não estiver sendo usado o kepi deverá ser posicionado de modo que a âncora esteja sempre visível.

As dragonas "de tradição" são de ouro para os oficiais e sargentos e lã de "narciso" amarelo para outras patentes. Esta cor padrão é derivada das dragonas históricos da infantaria leve Metropolitana.

Os oficiais das Troupes de Marine "montadas" (aquelas que anteriormente usavam cavalos, e que atualmente usam veículos blindados) tem o privilégio de usar esporas de ouro para determinadas ocasiões. Isso difere da prática habitual da cavalaria francesa de usar esporas de prata. A tradição diz que a rainha Vitória da Inglaterra solicitou esta distinção para as tropas navais do Imperador Napoleão III para homenagear o ramo após a batalha de Balaclava, na Criméia (1854), onde a infantaria marinha salvou as tropas britânicas da destruição.
A boina vermelha
Herdado do SAS britânico a boina vermelha foi dada aos paraquedistas franceses pelo rei George VI. Foi usada oficialmente pela primeira vez no exército francês e pelo 2º e 3º RCP (Regimento de Infantaria Naval) em um desfile em 11 de novembro de 1944. Depois de passar por algumas modificações, a boina vermelha tornou-se a cobertura padrão para todos os soldados paraquedistas franceses em 1957, exceto para os paraquedistas da legião estrangeira que mantiveram as suas boinas verdes.
Soldados do 8e Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine (8e RPIMa) no Afeganistão.
Eles estavam baseadas na Forward Operating Base (FOB) de Nijrab.
Marsouins, Bigors e Biffins
O apelido usado pelos Marsouins e Bigors para os outros ramos do Exército francês é o Biffins (gíria para ragmen). O nome teve origem no século XIX, quando marinheiros da Frota e de Infantaria Marinha e artilheiros, orgulhosos de sua própria aparência inteligente, acusaram os soldados do Exército de ser desleixados, por comparação. A Legião é dispensada deste apelido, provavelmente refletindo uma relação especial entre Marsouins e legionários.
Tradições
A Festa da Marinha: em nome de Deus, viva os colonos. Esta expressão é acreditado para ter originado com o famoso missionário Charles de Foucauld , que, quando resgatado por tropas coloniais, exclamou: "Em nome de Deus, os grandes colonos!". Cerimônias anuais celebram as tropas navais tem lugar em 31 de agosto e 01 de setembro - aniversário da Divisão Azul. Em 31 de agosto todos os destacamentos desfilam em Fréjus, onde o Museu da Tropas Navais está localizado. Veteranos em 1 de Setembro realizar uma cerimônia em Bazeilles nas Ardenas.

Localização

Esta unidade possuem várias especialidades: infantaria, artilharia, cavalaria (blindados), pára-quedismo e comunicações. Estas especialidades, formam braços separados do resto do exército.
Unidades atuaisFrança metropolitana:
 
Insígnia da boina do 1er RPIMa

Régiment de Marche du Tchad (RMT) em Meyenheim (infantaria mecanizada)
Régiment d'infanterie-chars de marine em Poitiers (blindados leves)
1er Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine (1er RPIMA) em Bayonne (commandos pára-quedistas)
3e Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine (3e RPIMa) em Carcassonne (infantaria pára-quedistas)
8e Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine (8e RPIMa) em Castres (infantaria pára-quedistas)
1er Régiment d'Infanterie de Marine (1er RIMa) em Angoulême (blindados leves)
2e Régiment d'Infanterie de Marine (2e RIMa) em Le Mans (infantaria)
3e Régiment d'Infanterie de Marine (3e RIMa) em Vannes (infantaria)
21e Régiment d'Infanterie de Marine (21e RIMa) em Fréjus (infantaria)
1er Régiment d'Artillerie de Marine (1er RAMa) em Laon (artilharia)
3e Régiment d'Artillerie de Marine (3e RAMa) em Canjuers (artilharia)
11e Régiment d'Artillerie de Marine (11e RAMa) em Saint-Aubin-du-Cormier (artilharia)
No exterior:2e Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine (2e RPIMa) em Pierrefonds (Réunion) (pára-quedistas)
5e Régiment interarmes d'outre-mer (5e RIAOM) em Djibouti
6e Bataillon d'Infanterie de Marine (6e BIMa) em Libreville (Gabão)
9e Régiment d'Infanterie de Marine (9e RIMa) em Caiena (Guiana Francesa) (infantaria)
33e Régiment d'Infanterie de Marine (33e RIMa) em Fort-de-France (Martinica)
Régiment d'Infanterie de Marine du Pacifique - Nouvelle Calédonie (RIMaP-NC) em Nouméa Nova Caledônia (infantaria)
Régiment d'Infanterie de Marine du Pacifique - Polynésie (RIMaP-P) em Papeete
23e Bataillon d'Infanterie de Marine (23e BIMa) em Dakar (Senegal)
41e Bataillon d'Infanterie de Marine (41e BIMa) em Pointe-à-Pitre (Guadeloupe)
43e Bataillon d'Infanterie de Marine (43e BIMa) em Port-Bouet (Costa do Marfim)
Commandement des Opérations Spéciales - COS
O COS é a organização militar francesa que coordena a utilização das forças especiais francesas de todos os ramos militares (Exército, Marinha e Força Aérea). Seria o equivalente francês ao USSOCOM dos EUA. O COS foi criado em 24 de junho de 1992, após a Guerra do Golfo. Seu papel é o de orientar e coordenar as missões das unidades de forças especiais francesas e dessas com outras forças aliadas. As forças especiais da França estão permanentemente sob o comando direto do COS e estão imediatamente disponível para a ação. Entra as unidades do Exército francês que fazem parte do COS está o 1er Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine.
Os valores das Troupes de Marine
Formada inicialmente para guarnecer o exterior, as Troupes de Marine adquiriram uma cultura aberta. Além disso, as missões estrangeiras têm exigido que a arma venha a abranger áreas de especialidades variadas (infantaria, blindados, apoio de fogo, paraquedistas, comunicações, etc) e isto reforça uma longa história de profissionalização.
Soldados do 3e Regiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine (3e RPIMa). Eles estão estacionados em Carcassonne. Aqui vemos um líder de seção, seu operador de rádio e dois atiradores de elite com seus rifes de FR F2. Todos usam uniforme padrão do Exército francês e a boina vermelha das Troupes de Marine
Transcendendo o conceito de dominar as técnicas militares, essas tropas busca a união em torno de um único símbolo, a âncora de ouro, marca de um estilo único, cujas características principais são:
- Uma irmandade de irmãos de armas, mantendo de forma simples as relações humanas entre camaradas de armas;
- A capacidade de se adaptar às situações mais inusitadas, um produto de um verdadeiro estilo de vida, cheio de histórias e experiências operacionais;
- O "humanismo militar", perpetuando a cultura dos outros, incluindo a capacidade de fazer contatos com as populações mais diversas para ganhar sua confiança.
Estes valores elevados firmam a identidade e dão sentido ao compromisso dos Marsouin e Bigord, sempre com sua vocação natural de Troupes de Marine servindo a França em qualquer lugar.
Homens do  1er Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine pertencentes ao Commandement des Opérations Spéciales (COS). Aqui eles participam de um treinamento aeromóvel com helicópteros Puma. Eles estão usando as famosas balaclavas francesas.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Brasil diz não à ideia da ONU de pôr fim a PM


Recomendação foi única rejeitada e está entre 170 apresentadas; intenção é reduzir "execuções extrajudiciais pela polícia"
Sob o argumento de que fere a Constituição, o Brasil rejeitou ontem proposta apresentada na Organização das Nações Unidas (ONU) para acabar com a Polícia Militar. De uma lista de 170 sobre políticas de direitos humanos, a recomendação foi a única negada.

Sob o argumento de que fere a Constituição, o Brasil rejeitou ontem proposta apresentada na Organização das Nações Unidas (ONU) para acabar com a Polícia Militar. De uma lista de 170 sobre políticas de direitos humanos, a recomendação foi a única negada. Para o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares, houve um equívoco na interpretação do texto - uma compilação de sugestões de diferentes países, incorporadas pelas Nações Unidas.

Segundo o documento entregue pelo Brasil, publicado ontem no site da ONU, Brasília rejeitou a ideia, da Dinamarca, para "trabalhar na direção de abolir o sistema separado de Polícia Militar".

Durante a reunião de maio em Genebra, diversos países europeus criticaram abertamente a violência usada pela Polícia Militar e apontaram a preocupação em relação aos números de mortes em operações.

A resposta foi clara. "A recomendação não tem o apoio do Brasil, diante da Constituição, que prevê a existência de forças policiais militares e civis", indica o documento.

"Forças policiais civis são responsáveis pelo trabalho de polícia judiciária e pela investigação de ofensas criminais, salvo ofensas militares", explicou. "Forças policiais militares são responsáveis pelo policiamento ostensivo e pela preservação da ordem pública", completa.

O governo ainda indicou que estava adotando medidas para melhorar o controle sobre os policiais, como a criação de um ombudsman. Além disso, estariam treinando de forma permanente os policiais em termos de direitos humanos.

Nos últimos anos, diversos organismos da ONU criticaram as mortes ocorridas no Brasil por parte das forças de ordem e apontaram o fenômeno como uma das principais violações de Direitos Humanos no País.

Realizado a cada quatro anos, o evento em que o documento foi apresentado serve para sabatinar Estados sobre políticas de direitos humanos e governos de todo o mundo apresentam recomendações em relação a questões como saúde, educação e a situação de minorias.

Amanhã, após avaliação das sugestões, o governo brasileiro volta à tribuna do Conselho de Direitos Humanos para informar os membros quais medidas foram aceitas. Em quatro anos, a ideia é que as propostas aceitas pelo Brasil acabem sendo reavaliadas pelos demais governos, que cobraram a aplicação das recomendações.

Equívoco. Para o Conselho Nacional do Comando de Comandantes-Gerais das Polícias Militares, o documento da ONU não sugeriu o fim das Polícias Militares. Na visão dos conselheiros, houve equívocos na tradução que levaram os brasileiros a acreditar que era pedido o fim da PM. "O que a Dinamarca sugeriu foram medidas para acabar com a violência extralegal praticada por grupos de extermínio", argumenta o coronel Atair Derner Filho, da PM de Santa Catarina e secretário-geral do Conselho.

O coronel afirma que a ONU, inclusive, usa o serviço de policiais militares brasileiros para treinar forças de segurança em países com instabilidade política, como Haiti e Timor Leste. "Como não houve recomendação para extinção da PM, no documento atual, ao qual tivemos acesso, de novo não localizamos esse debate", disse o coronel.

As Ameaças Assimétricas. E As Polícias Locais


Treinamento de progressão em áreas de alto risco durante o VI Curso de Operações Táticas Especiais (COTE) 
A expressão ameaças assimétricas visa apenas a atribuir uma roupagem nova a questões que remontam aos embates que assolaram a história da humanidade. Tais ações empregam métodos não lineares de conflito, com técnicas muitas vezes simples, com ênfase no nível estratégico, psicológico e com grande apelo ideológico
A estruturação em redes autônomas, a atuação clandestina, a falta de complexidade, a versatilidade e a capacidade de adaptação são características inerentes às ameaças assimétricas. Os métodos irregulares são fatores que atribuem vantagens estratégicas de pequenos grupos sobre as grandes forças militares e políticas no mundo. Assim, os agentes desses organismos clandestinos buscam as vulnerabilidades e as exploram, a fim de maximizar os efeitos de suas ações e atingir o seu objetivo, seja ele político, econômico, cultural ou religioso.
O caráter moderno atribuído às novas preocupações, tanto em relação à segurança como à defesa, decorre muito dos efeitos da globalização, em razão das melhores capacidades de comunicação e logística. A própria propagação das ideias e interesses das ameaças assimétricas foi potencializada, permitindo incutir, não só no inimigo propriamente dito, mas no Estado e na sua população, uma política de medo, a qual, por via transversa, repercute diretamente nas decisões estratégicas e operacionais das forças estatais.
O mesmo efeito globalizante faz com que as questões de segurança pública, mais precisamente as referentes às polícias locais, se aproximem das questões mundiais, em razão da aproximação dos povos, culturas e comércio. Num cenário mundial extremamente conectado, podemos verificar as principais formas de exteriorização das ameaças assimétricas, sendo elas o terrorismo e as organizações criminosas transnacionais (OCT).
 
Narcoterroristas
O terrorismo, muitas vezes, se vale das OCT para estabelecer formas de financiamento às suas ações e ocultação dos recursos financeiros e dos meios. Além disso, a utilização da logística criminosa permite atribuir a versatilidade e a surpresa que as ações terroristas demandam. Para tanto, é necessária a prática de crimes, muitas vezes, de natureza comum – tráfico de drogas, armas ou pessoas, imigração ilegal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, homicídios etc. – para atingir os fins materiais e ideológicos do grupo.

Em contrapartida, as OCT, apesar de possuírem uma vertente menos ideológica, se utilizam de ações com características terroristas para conseguirem desestabilizar as forças legais na repressão e prevenção aos crimes por elas perpetrados. Tanto assim o é que foi, a partir daí, cunhada a expressão “narcoterroristas” para exemplificar essa forma de ação.
Verifica-se, assim, um ponto de interseção entre o terrorismo e o crime comum praticado especialmente por OCT. É nesse ponto que as forças de segurança pública e defesa, de todas as esferas de governo, se unem no combate às ameaças assimétricas, cada qual atuando com a sua expertise e contribuindo na repressão e, principalmente, na prevenção. Nesse cenário, a polícia investigativa tem primordial atuação, uma vez que ela, por suas atribuições institucionais, atua nas principais vertentes da rede de logística, ou seja, em todo e qualquer meio utilizado pelas ameaças assimétricas para alcançar o seu fim, seja na captação de financiamento (tráfico de drogas, armas, crime contra a propriedade imaterial e lavagem de dinheiro), na obtenção de recursos humanos (tráfico de pessoas e imigração) e materiais (contrabando e falsificação), bem como no planejamento e, às vezes, na execução dos planos. Portanto, é no ambiente das polícias locais que deverá ocorrer o enfrentamento ao terrorismo e às OCT, sem fugir, portanto, às suas atribuições institucionais e aproveitando a sua expertise, a rede de informações já estruturada e, principalmente, os seus serviços de inteligência.
 
É importante frisar que o fracasso da missão preventiva ou repressiva pode desencadear ações ou contramedidas que dificultem ainda mais o combate às ameaças assimétricas ou, ainda, que robusteçam as suas ideias e/ou pretensões, através da guerra da informação. Por isso, em razão da sensibilidade do objetivo da ação a ser executada, exigem-se organismos profissionais e pessoal preparado, com efetivo compromisso com o resultado. Todavia, a diferença, nos dias de hoje, é que o inimigo possui uma pluralidade de faces e métodos (terrorismo, insurgência, guerra de informação, armas de destruição em massa, cyber ataques etc.) para atingir os fins estratégicos desejados, com menos esforços, recursos e sem a necessidade de entrar em conflitos armados diretos.
Para exercer todas as atividades inerentes à consecução dos fins propostos, as ameaças terroristas são dotadas de flexibilidade, uma estrutura clandestina de contatos, potencializada pelos efeitos da globalização e, muitas vezes, com autonomia para agir. A simplicidade e a eficiência são também características decorrentes da flexibilidade, visto que, talvez por falta de recursos ou pelo simples fato de favorecer a dissimulação, ou ambos, permitem desencadear atentados de grande magnitude e com movimentações quase imperceptíveis.
A disseminação do medo, do terror e da confusão, fomentada pelo terrorismo nas pessoas e nas instituições, é uma das formas de influenciar diretamente e indiretamente os citados personagens, controlando-os de acordo com os seus interesses. Portanto, a mídia e a opinião pública podem ser direcionadas, através dos atos de violência, ainda que involuntariamente, potencializando uma excessiva sensação de insegurança. Muitas vezes, o terrorismo também pode ser analisado como uma forma de propaganda das bases ideológicas de um grupo radical, como, por exemplo, a Jihad, em que vários grupos armados utilizam a fé e o martírio para justificar a luta contra os ditos infiéis. Isto, por sua vez, faz disseminar em outros grupos ou simplesmente em pessoas, inclusive em países diversos com situações políticas e sociais distintas do grupo originário, o mesmo fanatismo e radicalismo, inclusive levando ao cometimento de extremados atos de violência contra terceiros e contra si próprios.
A transnacionalidade é também um ponto favorável aos grupos terroristas e prejudicial às forças de segurança, uma vez que as ações preparatórias e os atos de violência podem ser iniciados em um país e os seus objetivos e efeitos atingirem outros. Com isso, as ações preventivas e repressivas ficam enfraquecidas sob os óbices dos marcos fronteiriços, da soberania e dos sistemas legais.
O Crime e as OCT
O terrorismo, em momento algum, pode ser considerado uma ameaça isolada, muito menos deverá ser analisado sob um prisma meramente ideológico. Desassociar o terrorismo do crime comum seria um grande equívoco, uma vez que estão interligados, ainda que somente no aspecto material, logístico, da corrupção e da captação de recursos financeiros. A magnitude da atuação pode variar desde o crime de pequena monta até crimes mais graves, existindo, com isso, uma simbiose entre OCT e grupos terroristas. A forma de estruturação e operacionalização também é semelhante; todavia, o aspecto ideológico e a motivação ainda os diferem, sendo certo que ambos podem atuar em parceria eventual ou sistemática, a fim de atingir os seus fins.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), por exemplo, mantêm relações estreitas com organismos criminosos internacionais e grupos terroristas, obtendo lucros gigantescos com tráfico de drogas, extorsões, resgate de reféns e outras fontes. O Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime de 2011 afirma que, somente com o tráfico de cocaína na Colômbia, o lucro girou em torno de US$ 496 milhões, sendo que boa parte dele estaria sob o controle das FARC. No Afeganistão, principal reduto da organização Al Qaeda, a produção de ópio, segundo o mesmo relatório, em 2009, foi de US$ 438 milhões e, em 2011, de US$ 605 milhões. A região sul do país foi responsável por quase a totalidade da produção de ópio, sendo que a província de Hilmand concentrou quase metade da produção. Em regra, as organizações terroristas naquela área contribuem com a produção de drogas através do fornecimento de proteção e, em contrapartida, recebem recursos por esta atividade. Observa-se também que as organizações transnacionais passaram a ampliar o leque de atuação, diversificando as suas atividades ilícitas, atuando desde o tráfico de drogas propriamente dito até o tráfico de armas e pessoas, contrabando, corrupção, lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos.
Por fim, verifica-se que seria importante a mudança do paradigma da abordagem repressiva/preventiva, saindo do contexto da pessoa/criminoso/terrorista para o foco na criminalidade estrutural/orgânica, pois hoje as várias atividades ilícitas são praticadas por diferentes grupos de pessoas e, mesmo que esses indivíduos fossem identificados e neutralizados, as atividades marginais continuariam. Portanto, por mais importante que seja a pessoa capturada na hierarquia criminosa, ela será rapidamente substituída. Por isso, são necessários uma maior atenção e esforços para atingir as estruturas das organizações, limitando o fluxo de capital, material e pessoas.

domingo, 23 de setembro de 2012

MARRUÁ - Cada vez mais usado na Segurança Pública


A família de utilitários Agrale Marruá, concebida inicialmente para atender à demanda das Forças Armadas por ser uma viatura robusta, resistente e ágil, ganha, a cada dia, novas aplicações e é utilizada de maneira crescente pelos órgãos de segurança pública, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, BOPE – Batalhão de Operações Especiais e Polícia Militar Ambiental, entre outros. 

Caxias do Sul (RS), 19 de setembro de 2012 - A família de utilitários Agrale Marruá, concebida inicialmente para atender à demanda das Forças Armadas por ser uma viatura robusta, resistente e ágil, ganha, a cada dia, novas aplicações e é utilizada de maneira crescente pelos órgãos de segurança pública, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, BOPE – Batalhão de Operações Especiais e Polícia Militar Ambiental, entre outros.
 
A adoção dos utilitários como veículo de serviço deve-se às suas características únicas e pela capacidade da empresa em desenvolver versões específicas para cada aplicação. Outro importante fator e diferencial da marca é a área de Engenharia da Agrale, que desenvolve versões sob medida para cada finalidade.

Como exemplo desta adoção, a Agrale já forneceu unidades do utilitário Marruá para diversas corporações de Bombeiros, para a Polícia Militar do Distrito Federal, BOPE, BPMA - Batalhão Polícia Militar Ambiental, DML- Departamento Médico Legal, do Espírito Santo, e Guarda Municipal da cidade de Jundiaí (SP), que cuida da segurança do Parque da Serra do Japi.

Robustez consagrada

Especialmente projetado para atender às necessidades das Forças Armadas, os veículos 4X4 Agrale Marruá são adequados para qualquer tipo de terreno. Os modelos destinados ao uso militar são fabricados de acordo com rigorosas especificações e destacam-se por suas capacidades técnicas e versatilidade. Com foco na simplicidade de manutenção e na facilidade na reposição de peças, o Marruá reduz o custo logístico das operações militares.

O Agrale Marruá, nas versões de uso civil, foi desenvolvido para atender à demanda de um nicho específico formado por clientes e empresas que necessitam de veículos 4x4 para aplicações em condições severas de utilização. Em função de sua robustez, baixo custo operacional e versatilidade, os veículos são indicados para os mais exigentes tipos de trabalho.

Com diversidade de aplicações, o Agrale Marruá tem capacidade de carga entre 1.000 a 2.000 kg e oferece flexibilidade e robustez para as operações diárias. O modelo possui versões de cabine simples e dupla, que proporcionam ao cliente grande versatilidade às suas necessidades e podem ser utilizados em serviços severos, como na mineração, manutenção de redes elétrica, serviços públicos e reflorestamento, entre outros
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EUA: centro treina cães para a guerra contra o terrorismo


Agentes da polícia tailandesa participam de cerimônia de graduação ao lado de cães em Front Royal, na Virgínia. 
No sopé das montanhas Blueridge, na Virgínia, são treinados, sem intervalos semanais e com comida racionada, alguns dos agentes mais especiais dos Estados Unidos que combatem o terrorismo no México, Chile, Argentina e em outros países.

O Centro Nacional de Treinamento de Cães do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) - popularizada pela televisão na série Os Intocáveis - formou nesta semana sua centésima turma de cachorros treinados para detectar explosivos.

"Selecionamos os cachorros quando têm aproximadamente 16 meses de idade e já estão superando o comportamento de filhotes", explicou à Agência Efe o agente Shawn Crawford da ATF. "Durante as primeiras seis semanas são condicionados para que reconheçam, através do faro, mais de 19 mil compostos explosivos, e para que detectem armas de fogo e munição", disse Crawford, que esteve a cargo do curso que incluiu agentes da Polícia Real da Tailândia.

O treinamento funciona com estímulos através da comida, no centro canino da ATF, a 113 quilômetros de Washington, próximo ao centro de treinamento canino da Agência de Patrulha de Fronteiras. "Durante sete dias por semana damos aos cachorros, diariamente, pequenas quantidades de comida quando localizam os explosivos. É uma dieta que os mantém no melhor nível de energia durante todo o dia e permite que trabalhem mais tempo", acrescentou Crawford.

"É um método muito eficaz", comentou o agente da ATF. "Depois de seis semanas, cada cachorro é designado para um agente com o qual estabelecem um vínculo durante as dez semanas do curso".

A ATF iniciou o treinamento de cachorros há duas décadas e os primeiros agentes foram para o Departamento de Estado. Com a experiência adquirida, a ATF treinou mais de mil cachorros para os EUA. A agência também treina cães para outros países: 470 foram enviados para mais de 20 nações, como México, Chile, Argentina, Itália, Polônia, República Tcheca, Chipre, Austrália, Indonésia, Marrocos e Filipinas.

As equipes de agentes e cachorros treinados pela ATF renovam sua certidão a cada ano e recebem apoio do escritório por oito anos de serviço. Quando os cães são aposentados, normalmente acabam sendo adotados pelas famílias dos agentes com quem trabalharam.

Um exemplo das tarefas que desempenham estes cães - todos da raça labrador - ocorreu no último dia 24 de abril quando, durante uma incursão nas proximidades da fronteira com o México, um dos cachorros detectou o cheiro de explosivos em uma ferramenta.

As autoridades averiguaram que os suspeitos tinham usado essa ferramenta para apagar números de série em armas destinadas ao contrabando no México. Além disso, o cachorro levou os agentes da ATF a um local no qual havia partes de armas escondidas embaixo de um veículo.

Os cães, que têm uma visão 50 vezes melhor que a humana no pôr do sol, possuem um sentido do olfato milhares de vezes mais poderoso que o do homem na detecção e distinção de cheiros. O homem tem cerca de cinco milhões de sensores olfativos, enquanto os cachorros têm entre 125 e 300 milhões, dependendo da raça.

Os labradores estão entre os cachorros com o faro mais aguçado, além de possuir o instinto de seguir o rastro que é próprio dos cães de caça. Shawn explicou que os labradores, por seu temperamento sociável, são mais aptos para situações nas quais pode haver grande concentração de pessoas, como, por exemplo, quando há suspeita ou ameaça de bomba em aeroportos e escolas.

"O programa canino da ATF ajuda a combater o crime violento e protege a segurança pública", lembrou na cerimônia de conclusão do curso o diretor interino da agência B. Todd Jones. "A demanda por cães especialmente treinados continua crescendo".

O subcomissário geral da Polícia Real da Tailândia, Worapong Chewprecha, expressou sua gratidão pela instrução dada aos seus subordinados e lembrou que "na luta contra o crime violento e o terrorismo, todos os países devem estar unidos".

Iwias: Senhores Da Selva, Demônios Do Exército Equatoriano


Soldados aspirantes Iwias devem suportar o duro treinamento em todos os tipos de terreno da selva, incluindo rios e cavernas.



Bem-vindos à selva!” Gritam dois soldados indígenas em guarda na entrada principal da escola. Vestidos com traje tradicional, complementados com lanças e pintura de guerra, eles gritam um canto de guerra em sua língua nativa. A sensação de intimidação supera o de boas-vindas.
Localizada na região oriental do Amazonas equatoriano, na província de Pastaza, a Escola de Selva e Contrainsurgência Iwias foi fundada em 1997 para treinar soldados indígenas equatorianos nas artes da guerra na selva. Em shuar, idioma de uma das sete tribos indígenas da região, Iwia significa “demônios da selva”, nome atribuído a um dos deuses das matas. A escola, assim denominada, recruta soldados nativos do Amazonas, visto que os mesmos têm a experiência inata e sabem como sobreviver nesse ambiente. Os aspirantes devem falar o idioma nativo fluentemente e conhecer a região como a palma da mão.

“Nossa missão aqui consiste em treinar os soldados indígenas para operações especiais na selva e aperfeiçoar seus conhecimentos sobre o seu habitat natural”, disse o Tenente-Coronel Marcelo Pozo, diretor da escola. “Quem melhor para lutar com você na selva do que um dos nativos da região?”
 
Os guerreiros Shuar datam da era pré-colombiana, quando se destacaram por serem guerreiros sanguinários, que perseguiam os inimigos até capturá-los e decapitá-los. Atualmente, a tribo Shuar compartilha o Amazonas equatoriano com outros nativos, como os Achuar, Andoa, Huaorani, Kichwa, Sápara e Shiwiar. Em 1981, o Equador e seu vizinho Peru enfrentaram-se no conflito limítrofe de Paquisha. Os soldados indígenas nativos da região participaram desse confronto e demonstraram ao Exército equatoriano sua aptidão para a guerra na selva. Após presenciar essa atuação e visando o futuro, o Coronel do Estado-Maior (reformado) equatoriano Gonzalo Barragán propôs a criação de um grupo especial de soldados indígenas do Amazonas nacional.
Em seguida, o Coronel Barragán criou as primeiras especializações militares em shuar, o que levou à criação da Escola de Iwias tal como é conhecida atualmente, localizada em uma base militar de terreno irregular e íngreme, perto da cidade de Puyo. Mais tarde, em 1995, o conflito entre o Peru e o Equador sofreu uma reviravolta e ambas as nações pegaram em armas no que se denominou a Guerra do Cenepa, quando era disputada a demarcação dos limites entre os dois países junto ao Rio Cenepa. Mais uma vez, os soldados indígenas da selva uniram-se às forças militares equatorianas e provaram ser uma força que deveria ser aproveitada, por seus costumes ancestrais e seu domínio do ambiente da selva, durante as operações para defender o território nacional. Seu desempenho na Guerra do Cenepa lhes trouxe o reconhecimento oficial do governo equatoriano com a Cruz do Mérito de Guerra, por defenderem a integridade territorial.
 
Com o objetivo de treinar os indígenas que pretendem tornar-se combatentes profissionais de elite das unidades do Exército equatoriano na selva, a escola oferece atualmente um programa de dois anos, com cinco cursos de especialização em nível oficial e de tropa:
Curso Iwias: É o curso inicial e o mais importante do programa, com duração de quase três meses. Ele treina cadetes para combate na selva, usando armas convencionais (fuzis, pistolas, metralhadoras) e armas indígenas (lanças, facões, dardos envenenados). Este curso também testa a aptidão física e mental de todos os cadetes, além da habilidade e capacidade de sobrevivência na selva. Ao completarem a fase inicial, os soldados têm então a oportunidade de se especializarem em diversas disciplinas nativas da região.
Curso Wañuchic: Esta palavra significa “matador ou assassino da selva” no idioma kichwa e o curso foi elaborado para aperfeiçoar a habilidade dos soldados na caça e treiná-los como franco-atiradores. Os soldados que terminam este curso passam a fazer parte de um batalhão de operações especiais, onde eles têm como missão específica caçar para sobreviver na selva, usando armas improvisadas ou fáceis de construir.
Curso Tayuwa: O nome vem do idioma shuar e significa “explorador”. É também o nome de uma ave local – o tayo – que mora em grutas. Este curso treina os soldados para apoiar as operações através da exploração da selva, de grutas, cavernas e rios, usando equipamentos e materiais especiais que lhes permitam ter vantagem sobre o terreno.
 
Curso Ñaupak: Também originário do idioma kichwa, o nome significa “precedente”, precursor, o que abre caminhos. O curso treina os soldados para se infiltrarem utilizando meios fluviais, aéreos e terrestres, com o objetivo de escolher heliportos, cabeceiras de praias e realizar resgates com helicópteros, maximizando as operações especiais na selva.
Curso Arutam: O nome significa “ecologista” em shuar e representa o deus da natureza e senhor das cachoeiras. O curso treina os soldados para aplicarem seus conhecimentos ancestrais sobre medicina natural, como, por exemplo, a produção e a aplicação de venenos, bem como a conservação da flora e da fauna da região leste. Os soldados matriculados neste curso especializado aprendem a utilizar a natureza para criar kits de primeiros socorros e cuidar desde cortes, ferimentos ou picadas de insetos até hemorragias, além de preparados energéticos e tranquilizantes. Esses soldados também aprendem a reconhecer as plantas venenosas e como elas podem ser usadas na fabricação de armas letais, como as zarabatanas.
Atualmente, existem cerca de 5 mil soldados Iwias no Exército equatoriano e a escola forma em média 300 soldados em cada classe. Quando um soldado Iwia termina seu treinamento, ele é enviado para a região leste por um período de 12 anos, exceto em circunstâncias especiais. Recentemente, soldados Iwias foram enviados para a fronteira norte com a Colômbia para combater as incursões de grupos guerrilheiros ilegais armados nesse país.

A escola recebeu, no passado, a visita das Forças Militares brasileiras, que têm uma escola com características similares em sua bacia amazônica. Ainda que a Escola de Iwias tenha tido como objetivo, tradicionalmente, o recrutamento de homens de tribos indígenas equatorianas, suas portas estão abertas também para os aspirantes de outros países. “Convido todas as nações amigas a participarem de nossa escola”, disse o Tenente-Coronel Pozo. “Somos os Iwias, os demônios da selva, os demônios do Exército equatoriano… e como diz o lema que coroa nossa insígnia: Nunca derrotados!”

UNITAS - Parceria das Américas 2012 estreita cooperação multinacional














 

As Forças Armadas de 10 países americanos se dispõem a realizar o que aprenderam nas aulas, durante as manobras militares Parceria das Américas, patrocinadas pelas Forças de Fuzileiros Navais do Sul dos EUA (MARFORSOUTH), dentro do Comando Sul dos EUA, em Camp Blanding, Flórida, do dia 3 ao 17 de setembro. 

Depois de 13 dias de intensos trabalhos, membros das Forças Armadas do Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Estados Unidos encerraram, em 16 de setembro, o exercício militar Parceria das Américas em Camp Blanding, uma base militar da Guarda Nacional dos Estados Unidos.
Nesse último dia, os participantes não escondiam um sorriso de satisfação por um trabalho cumprido ao pé da letra, como dizem os cânones militares. Missão cumprida, diziam sem falar todos aqueles rostos solenes no Quarto de Controle de Exercícios da base, no sul de Jacksonville, Flórida.
A Parceria das Américas é a porção terrestre do exercício militar UNITAS que, com 53 anos de idade, é o mais antigo exercício naval na área do Comando Sul dos EUA e que, nesta edição, está sendo realizado entre os dias 17 e 28 de setembro em Cayo Hueso, Flórida.
Desde 2006, os exercícios tiveram como cenários a Argentina, Brasil, Colômbia, Peru (duas vezes), Chile e Estados Unidos. Este ano, coube às Forças de Fuzileiros Navais Sul dos EUA (MARFORSOUTH) ser os anfitriões da Parceria das Américas, que teve início no dia 3 de setembro. “Nosso objetivo é reunir a cada ano todos os corpos de Fuzileiros Navais do Hemisfério ocidental para trabalhar coordenadamente em operações táticas no ar, na terra e no mar, desenvolvendo missões de apoio à paz, de defesa da soberania e assistência humanitária em todos os países amigos do Comando Sul dos EUA”, disse a Diálogo o coronel reformado Augustín Bolanio, que estava à frente das atividades.
Com três áreas de manobras em um total de 220 quilômetros quadrados, 50 campos de tiro, dois centros de treinamento em terreno urbano com 16 prédios, uma ponte, um túnel, um lago natural e vários corpos de água disponíveis para simular práticas de manobras em rio, Camp Blanding tornou-se um ambiente ideal para o exercício.
Como em oportunidades anteriores, o objetivo do evento foi o aprendizado mútuo, preparando os participantes para o intercâmbio de informações e técnicas entre os militares dos diversos países. “Os parceiros da América do Norte ensinam a seus aliados do sul como executar operações de apoio à paz, manobras anfíbias e de resposta a crises em áreas urbanas. As forças aliadas da América do Sul mostram suas habilidades e experiências em táticas de guerrilha na selva, operações em rios, missões de assistência humanitária e ações de emergência em casos de desastres naturais”, declarou a Diálogo o Capitão Julián Cajas, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais do Equador.
A Parceria das Américas proporciona aos participantes a oportunidade de receber treinamento acadêmico e prático no desenvolvimento das destrezas necessárias para planejar e executar missões, como parte de uma Força Armada multinacional. Esses exercícios se concentram no planejamento de ações e deslocamento de pessoal e recursos, de acordo com um plano determinado.
Em Camp Blanding, os salões de treinamento lembravam a sala de conferências das Nações Unidas, onde os tradutores têm um papel decisivo no correto entendimento das propostas, ideias e ordens de execução. No caso atual, os participantes do exercício se comunicavam em três idiomas diferentes: inglês, espanhol e português. “Não é fácil, sobretudo quando não estamos acostumados a pensar em um idioma diferente daquele que se utiliza diariamente em nossos locais de origem, mas depois de poucos dias nos habituamos e, depois, passa a ser até divertido”, disse o Capitão-de-Corveta José Álvarez, do Corpo de Fuzileiros Navais do Chile.
Para colocar em prática o que foi aprendido nas aulas, os participantes dessas manobras cruzaram os céus da base militar em helicópteros e aviões de caça, navegaram nos lagos em botes equipados com motores velozes, patrulharam as ruas e vias em veículos motorizados e a pé, e vigiaram a área com franco-atiradores localizados em pontos estratégicos, camuflados entre a vegetação do lugar.
Ninguém sabe a extensão do desastre que um terremoto ou uma inundação podem causar, disse a Diálogo o Capitão Jonatas Magalhães, comandante de Tropas de Desembarque do Brasil, que explicou que as Forças Armadas de seu país estão preparadas para responder com rapidez e eficiência diante de qualquer eventualidade. “Em grande parte, graças a esses tipos de exercícios militares”, garantiu ele.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

EC725 - unidades em versão SAR

O helicóptero Eurocopter EC725 tem se tornado referência nos mercados militar e civil.
 
 
 
O EUROCOPER EC725 em missão SAR (Busca e Salvamento) Foto - Eurocopter

A  EUROCOPTER assinou contrato de fornecimento para quatro helicópteros EC725  configurados para missões de Busca e Salvamento (Search and Rescue missions – SAR).

“Esta venda reforça a função dos modelos da família EC725/EC225 como helicópteros de referência na Ásia nas missões SAR,” afirma Olivier Lambert, Senior VP  Eurocopter para vendas e Relações com os clientes.

As entregas dos EC725, helicóptero biturbina da Eurocopter ocorrerão em 2015.

A Família dos helicópteros  EC725/EC225 incorpora navegação avançada e sistemas de missão, incluindo um exclusivo sistema de autopiloto digital em quatro eixos. Oferece excelente  autonomia de voo.

Excelente para transporte tático com sua grande cabine propiciando o transporte de 25 pessoas sentadas. .Com isto a versão militar  EC725 e a versão civil/parapública EC225 tem obtido a marca de referência nos mercados: militar, civil, SAR (militar e civil), off-shore e  transporte de passageiros em todo o mundo.

GUARDAS X AMBULANTES 02

GUARDAS DA UOP CENTRO EM CONFRONTO COM AMBULANTES

sábado, 15 de setembro de 2012

CONFRONTO ENTRE GMs E AMBULAMTES NO CENTRO DA CIDADE

Após a retenção de mercadorias irregulares, Guardas  Municipais da UOP Centro, foram atacados com pedaços de pau e pedras por ambulantes na Rua Uruguaiana no Centro do Rio de Janeiro. Com a chegada do GOE a situação foi controlada.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PROGRAMAS DE MODERNIZAÇÃO DE SOLDADOS



PARTE 1 – INTRODUÇÃO

Os Programas de Modernização de Soldados podem ser definidos como um conjunto de estudos aplicados nas mais diversas áreas – indo desde uma cor mais adequada para um uniforme de camuflagem, até um robô autônomo para transporte, reconhecimento e combate – que têm por objetivo incrementar de maneira exponencial os seguintes aspectos do soldado: sua letalidade; sua capacidade de comando, controle e comunicação; sua possibilidade de integrar-se numa rede, fornecendo e recebendo dados (Network Centric Warfare); sua capacidade de identificação de amigo ou inimigo; sua autonomia e resistência; e, como conseqüência da sinergia dos itens anteriores, sua sobrevivência.
São exemplos de programas desenvolvidos ou em fase de testes operacionais, entre outros de menor relevância, os seguintes: Land Warrior (Estados Unidos da América), FELIN(França), FIST (Inglaterra), IDZ (Alemanha), WUNDURRA (Austrália), Soldato Futuro (Itália), ANOG (Israel), MARKUS (Suécia), WOLF (Rússia) e o African Warrior (África do Sul).

A evolução provocada por estes estudos é tida como essencial, idéia esta corroborada pelo fato de que, como citado acima, os principais exércitos do mundo já estão em estágio avançado de desenvolvimento e produção inicial, tendo alguns, inclusive, já sido provados em combate, quer no todo ou por parte de alguns dos componentes do sistema, como é o caso do Programa Land Warrior norte-americano, em operação com algumas unidades de Forças Especiais no Afeganistão desde 2003, ou dos sistemas de comunicação individual e visualização do FIST britânico, em uso no Iraque.
O tema é muito amplo e, dessa forma, um estudo aprofundado tornar-se-ia sobremaneira extenso, beirando o impublicável. Existem diversas fontes na Internet que permitem um conhecimento mais profundo de cada aspecto do assunto tratado, além de inúmeros Simpósios, Convenções, Encontros e Palestras, estes, em sua maioria financiados por Organismos Militares, ou ligados às Instituições Militares, ou ainda por empresas de alta tecnologia do campo militar, deixando claro tratar-se de pauta obrigatória para aqueles que, profissionalmente ou não, estão ligados a este campo do conhecimento humano.
Como forma de facilitar a exposição, dividirei o tema em diversos títulos, sob os quais buscarei dar uma visão panorâmica daquilo que já foi – ou está sendo – desenvolvido em cada área afeta aos Programas de Modernização de Soldados, sendo eles:
  • UNIFORMES, VESTIMENTAS e ACESSÓRIOS
Neste título trataremos das evoluções nos uniformes, indo desde a substituição dos fechos de botão por aqueles de velcro e zíperes, até a redução de assinaturas visual, térmica e radar; e das evoluções dos sistemas de transporte de munição e equipamentos.
  • ARMAMENTOS
Neste título trataremos da evolução nos conceitos e no emprego das armas de fogo dos exércitos; seus diversos tipos; sua distribuição pelo efetivo, de acordo com a função desempenhada por cada um; a evolução dos materiais, munições e sistemas de tiro; e os equipamentos agregados às armas de fogo que passaram a serem indispensáveis no combate moderno, bem como aqueles que serão imprescindíveis nos combates do futuro.
  • COMUNICAÇÕES/SENSORES
Neste tópico abordaremos, de maneira expositiva e despretensiosa, a evolução em tecnologia e conceito dos equipamentos de comunicação, visualização e de coleta/distribuição de informações, focando na tendência de distribuir os meios a todos os componentes de uma Unidade de Combate de linha de frente, de forma a facilitar a interação entre os combatentes, e entre estes e seu comando, formando uma enorme, fluída e constantemente atualizada rede de dados, que é o coração da Network Centric Warfare.
Isto posto, vamos aos temas.

UNIFORMES, VESTIMENTAS E ACESSÓRIOS

As recentes operações militares têm mostrado uma nova realidade em termos de combate, o que veio a refletir nos equipamentos empregados pelas Forças Militares tecnologicamente e doutrinariamente mais avançadas. O rápido e fulminante combate convencional em campo aberto, travado com grande emprego de armas de precisão apoiadas por extensas redes de informação tornou a Guerra Convencional - com Grandes Unidades Militares manobrando e engajando-se - uma aventura extremamente arriscada e não-recomendável nos dias de hoje e naqueles vindouros, principalmente ante a supremacia militar norte-americana e àquela das Forças de Coalizão: só é admissível engajar-se em um combate desta natureza sendo parte da Força de Coalizão ou lutando ao lado dos norte-americanos. A alternativa restante é, no caso de defesa contra uma agressão externa, a opção pelo prolongado e desgastante combate de selva e/ou urbano, nos quais os sensores têm seu desempenho degradado pelo ambiente (cobertura vegetal, chuvas tropicais, telhados e paredes de concreto), a identificação amigo/inimigo ou civil é dificultada, o número de baixas é maior dada a proximidade de um combate praticamente corpo-a-corpo, a tecnologia das armas e equipamentos não desempenha um papel tão relevante e o risco de danos colaterais com repercussão negativa na mídia mundial é grande.
Para desempenhar nestes cenários é essencial que o soldado esteja corretamente equipado, de forma que não tenha que se preocupar com a adequação, durabilidade ou resistência de suas vestes e calçados, com como vai carregar determinado equipamento ou munição, ou como vai proteger-se durante o desenvolvimento da missão. O aspecto econômico também é extremamente importante, buscando sempre o máximo de padronização e o máximo de funcionalidade de cada peça.

O Uniforme

As roupas do combatente têm passado por uma grande evolução que, ao contrário do que pode-se imaginar, levou à sua simplificação. Busca-se agora um uniforme que possa ser utilizado em qualquer ambiente, com uma camuflagem padrão adaptável a vários cenários e que possua grande funcionalidade e praticidade, facilitando a mobilidade e o uso em conjunto com as demais peças/armas que compõe a carga do soldado moderno. Assim, aspectos puramente estéticos ou tradicionalismos são deixados de lado, e a opinião do usuário final assume grande relevância.
É o caso do pioneiro CADPAT do Exército Canadense, do MARPAT dos Marines e do ACU (Advanced Combat Uniform) do US Army, este sendo o último a entrar em dotação, beneficiando-se da experiência adquirida com os dois anteriores.
O CADPAT (Canadian Disruptive Pattern) teve sua pesquisa e desenvolvimento iniciada em 1995, com distribuição às tropas para testes em 1997, quando foi adotado. A conversão em massa para o novo uniforme começou em 2001, após estudos científicos da OTAN terem considerado-o o melhor padrão de camuflagem para clima temperado e tropical disponível à época, tendo sido demonstrado que tal padrão de camuflagem reduz em 40% a possibilidade de detecção visual a uma distância de 200m.
 
O uniforme tem um padrão de “pixels” em dois tons de verde, um de marrom e mais o preto, formando desenhos descontínuos que dão noção de profundidade variável ou tridimensionalidade, dificultando a identificação positiva dos contornos de uma pessoa. Por ter este padrão em “pixels”, ficou conhecida como camuflagem digital. É produzido em duas versões: para regiões de mata e para regiões desérticas. O processo de produção exige alta capacidade tecnológica da indústria têxtil, pois para ser eficiente, é necessário que os “pixels” sejam perfeitamente quadrados, o que não ocorria com as versões iniciais, quando a tinta aplicada ao tecido espalhava ou manchava, formando padrões arredondados, o que diminuía a eficiência do padrão.
O MARPAT (Marine Pattern) surgiu como um desenvolvimento do CADPAT. O US Marine Corps buscava um uniforme mais adequado para climas temperados e tropicais, e que ao mesmo tempo distinguisse-os dos demais ramos das Forças Armadas. Tendo acompanhado os testes finais do uniforme Canadense junto à OTAN, quando verificaram que o mesmo encaixava-se como uma luva em seus anseios, promoveram uma ligeira mudança nos tons das três cores utilizadas, bem como uma pequena alteração no padrão dos “pixels”, além da inserção de uma minúscula réplica do brasão dos Marines aproximadamente a cada meio metro de tecido, o que garantiu que não fosse necessário pagar “royalties” pelo uso do novo desenho. Também é disponível nas versões mata ou deserto, tendo sido adotado no ano de 2003.
   
Outras mudanças significativas, que foram além daquelas introduzidas no uniforme Canadense, são no aspecto funcional: como agora sobre o uniforme é necessariamente usado o colete balístico, os bolsos superiores da blusa tiveram os botões substituídos por velcro, a fim de evitar a abrasão e desconforto com o uso prolongado, assim como prevenir o agravamento de ferimentos no caso de projéteis ou fragmentos atingirem a região dos botões ou próxima a eles; os bolsos ainda tiveram seu ângulo mudado de totalmente vertical para uma inclinação da abertura em direção ao centro do peito, de forma a facilitar o acesso com uma pequena abertura do colete balístico, sendo desnecessária sua abertura/retirada completa; os bolsos da parte inferior do uniforme foram removidos, pois, quando cheios, interferiam e limitavam a movimentação dada a interação com o colete balístico e o cinto; foram adicionados grandes bolsos na parte superior das mangas, com abertura inclinada para frente, de forma a facilitar o uso/acesso com colete balístico, bem como na posição de tiro deitado; os cotovelos e joelhos receberam bolsos internos para proteções acolchoadas substituíveis/removíveis, essenciais para preservar estas sensíveis partes do corpo no combate urbano, reduzindo a necessidade de aquisição de cotoveleiras e joelheiras de “skatista”, hábito que já estava se difundindo pelas tropas empregadas neste tipo de cenário. Por fim o uniforme, feito de 50% algodão e 50% náilon, recebeu um tratamento para reduzir sua reflexão infra-vermelha. Aliás, cabe salientar que foram feitos exaustivos testes em ambientes com luz natural, artificial, de dia, à noite, ao amanhecer e entardecer, sob neblina, sob a iluminação de “flares” normais ou infra-vermelhos e com visualização por intensificadores de luz, para garantir a adequação da camuflagem e do material usados, sendo que o padrão digital na composição acima descrita superou todos os competidores.
O ACU (Advanced Combat Uniform) do US Army é uma evolução do MARPAT dos Marines, sendo uma as principais diferenças a camuflagem, que usa apenas três cores (areia, verde e cinza) de modo a produzir um uniforme “universal” para uso em ambientes de mata, deserto ou urbano, sendo esta a única versão a ser produzida. Evitou-se o preto devido ao contraste que este apresenta para os intensificadores de imagem, e por não ser uma cor comum na natureza.

ACU (Advanced Combat Uniform).

Outra diferença, quanto ao aspecto prático, foi a substituição dos botões de fecho da blusa por uma combinação de zíper e velcro, pelos mesmos motivos expostos no caso do MARPAT dos Marines, que não atentaram para este detalhe. Os bolsos do peito são ainda mais inclinados e os dos ombros ainda maiores, devido ao “feedback” da tropa. Os bolsos internos para cotoveleiras e joelheiras também estão presentes. A gola foi reduzida, tendo sido adotado um modelo mandarim, para não interferir ou ser desconfortável na interação com o colete balístico, ao mesmo tempo em que protege melhor a região do pescoço em matas fechadas. A distribuição à tropa começa em 2005, tendo sido oficialmente adotado em 2004.

Uniforme ACU e suas características. Observe a insígnia de posto ou graduação junto ao peito.


Uniformes ainda mais avançados, como o Sueco SOTCAS (Special Operations Tactical Suit) da Saab Barracuda, estão em estágio avançado de desenvolvimento, e vão além, com redução das assinaturas térmica e radar, mantendo a leveza e agilidade. Este traje, que pesa em torno de 2,9 kg completo, com uma densidade de 200g/m2, é capaz de reduzir em até 80% a assinatura térmica de um soldado, mesclando-o de forma efetiva com o fundo do meio ambiente que o circunda. A capacidade de ocultação no espectro visual é obviada pela foto, tratando-se de traje similar ao usado pelos caçadores ou “snipers” das diversas forças armadas.

As Vestes

As vestes modulares estão em voga, pois permitem a configuração de bolsos para rádios, equipamentos, granadas, carregadores, etc., de acordo com a missão a ser desempenhada. São exemplos o sistema MOLLE (Modular Lightweight Load-carrying Equipment) e RACK (Ranger Assault Carrying Kit) do US Army e Marines, com similares em dotação pelo exército Alemão. A maior vantagem do sistema é utilizar um sistema de interface entre o acessório e o colete bem diferente daquele anteriormente utilizado, conhecido por “ALICE Clips”, os quais eram clipes metálicos que acabavam por amassar, enferrujar, rasgar o fardamento ou machucar o cambatente. O MOLLE (e seus similares) utiliza um sistema de tiras de náilon tipo “cordura” na veste ou colete balístico, disposto na horizontal e com costuras verticais, com intervalo de uma polegada entre cada costura e entre cada tira horizontal, como pode ser observado nas fotos. O acessório a ser preso na veste tem em sua parte posterior uma, duas ou várias tiras verticais de náilon balístico, costuradas na parte superior e com um fecho de pressão na parte inferior. Espaçadas uma polegada entre si existem algumas tiras horizontais de náilon, sendo que, para prender o acessório à veste, o combatente deve fazer algo como “pontos de costura” entre a veste e o acessório: pega-se a tira vertical de náilon do acessório, passa-se por uma das tiras horizontais da veste, daí por uma das tiras horizontais do próprio acessório e assim por diante, até terminar de “costurar” o acessório à veste, encerrando com o botão de pressão. Isto permite um sistema de fixação resistente, versátil, leve, à prova d’água e inofensivo ao combatente e ao seu fardamento; e, o melhor, já provado em combate. 
 
A esquerda: Colete (FLC) e diversos acessórios da vestimenta MOLLE. Fotos do www.militarymorons.com
A direita: o sistema de presilha dos porta-carregadores, que é o mesmo de todos os outros acessórios.

Colete Balístico Interceptor.
Várias derivações existem no mercado utilizando a mesma interface, e as opções de porta objetos específicos são praticamente infinitas, sendo que cada combatente, de acordo com sua função, seja ela comandante, fuzileiro, granadeiro, metralhador, operador de rádio ou enfermeiro, entre outras, pode montar uma configuração mais adequada ao armamento/equipamento que transporta. Os coletes balísticos, como o novo Interceptor do US Army e US Marines, já incorporam a interface para acessórios, dispensando o uso da veste sobre o colete, mas alguns exércitos, tais como o Inglês, o Alemão, o Canadense e o Israelense ainda preferem o uso de colete e veste separados, para o uso tão somente da veste em regiões de climas extremamente quentes e úmidas, para uso sobre coletes salva-vidas ou em atividades físicas extremas, tais como escaladas de montanhas.
  
Da esquerda para a direita: Veste RACK, veste RACK com acessórios e veste DOAV , uma das mais populares e versáteis.

Combatente usando o uniforme ACU, colete balístico Interceptor e acessórios afixados a este último.

Quanto à modularidade, algumas forças armadas, e mesmo alguns segmentos das forças armadas norte-americanas, preferem o uso de vestes não-modulares, dada sua maior resistência, existindo uma para cada função do combatente, e mesmo algumas que, com pequenas alterações, servem quase a todas. É o caso da DENALI da High Speed Gear Inc., uma das melhores e mais versáteis vestes multifuncionais do tipo “chest harness”, ou seja, aquela que se coloca sobre o peito, da mesma forma que as utilizadas pelos Vietcongs desde os idos de 1960, tem como principais vantagens, além da enorme versatilidade do design e da grande capacidade de carga (12 carregadores padrão M-16, dois cantis flexíveis de 2/4, quatro granadas ofensivas, duas granadas defensivas, quatro carregadores de pistola, entre outros vários compartimentos), a facilidade de vestir/despir em emergências, a não interferência com o uso da mochila, de colete balístico, de cintos tipo NA e de material de rappel, pára-quedismo ou mergulho. Há também aquelas mistas, com bolsos fixos e espaços com interface MOLLE combinados.
 
A equerda: Combatente Canadense com uniforme CADPAT e veste multifuncional sobre um colete.
A direita: 
Oficial Inglês e um militar do US Marines Recon, unidade equivalente aos Comandos Anfíbios da MB. Este último está usando uma veste DENALI da High Speed Gear Inc., a favorita das principais unidades de Operações Especiais norte-americanas e britânicas. Observe a tendência de utilizar a insígnia de posto ou graduação junto ao peito, também no Exército Britânico. 






Os Acessórios

As botas de combate, parte integrante do uniforme, também passaram por mudanças que buscaram melhorar seu desempenho, conforto e adequabilidade ao combate moderno.

Botas de combate canadenses.
Os americanos, assim como os ingleses e canadenses, observaram que a tradicional bota de combate de couro e náilon era a parte do uniforme que mais dava contraste sob iluminação infravermelha ou através da observação por intensificadores de imagem. Após estudos chegaram a soluções diversas para o problema: os canadenses passaram a utilizar a camuflagem CADPAT em toda a bota, ao passo que os americanos resolveram adotar uma bota de cor neutra que servisse tanto para o deserto, como também para a selva, sendo que para esta nova bota foi escolhido uma espécie de marrom-esverdeado, por ser uma cor muito mais natural que o preto, de fácil mistura com o meio ambiente e, o mais importante, sem o problema de reflexo infra-vermelho. Para aumentar ainda mais a discrição da bota, ela é construída com a parte áspera do couro para fora, de forma inversa ao tradicional, pois descobriu-se que assim ela fica praticamente invisível à observação dos intensificadores de luz. O uso de graxa nos calçados, fonte de reflexo IV e de contraste para os OVN (óculos de visão noturna), foi obviamente proibido.
Botas de combate norte-americanas: note o uso de apenas uma escova com água para limpeza.

Além destas alterações estéticas, as botas ganharam revestimento térmico que diminui o calor e expulsa o suor dos pés, solado com uma fina chapa de aço entre as camadas da sola para evitar a perfuração dos pés por estacas de bambu na guerra de selva, e botões-respiro ou drenos da lateral interna das botas melhorados com uma rede metálica mais fina, a fim de impedir a entrada de areia quando no deserto, ao mesmo tempo em que permite a saída da água na selva. A palmilha e a forração interna é do tipo atlética, com amortecimento de impacto e proteção bactericida.
O capacete PASGT também mudou: a parte traseira foi encurtada, pois se percebeu que, em combate, a posição de tiro deitado era prejudicada, principalmente com o uso do capacete em conjunto com o colete balístico ou com a mochila de combate. As laterais também foram encurtadas para melhorar a compatibilidade com equipamentos de rádio-comunicação e com protetores auriculares com regulagem eletrônica, como os Peltor Tac Ear, em uso pelas unidades de elite: há um pequeno circuito eletrônico neste protetor auricular com uma regulagem de decibéis que permite um ganho de audição dos sons “normais” e que automaticamente corta o ganho de som quando um disparo ou uma explosão ocorre muito perto do usuário; possui também entradas para conexão de rádio/HT e microfone convencional ou de garganta. O suporte para OVN agora também é parte integrante do capacete que, ainda assim, ficou bem mais leve.

Novo modelo de capacete PASGT.

Protetores auriculares da Peltor, modelo Tac Ear. Note o botão de regulagem de volume do som e as entradas para rádio e microfone.

Os cintos de combate normalmente deixaram de ser usados pela maioria da tropa, em favor das vestes de combate multifuncionais, que levam todo o equipamento e são muito mais confortáveis de utilizar, cansando menos o usuário durante longas marchas. Porém alguns ainda utilizam cintos de combate e, para tanto, foi desenvolvido um suspensório de perfil baixo e em X, para ser utilizado sob o colete balístico, que não possui todo o acolchoado e os ajustes de fivelas metálicas dos tradicionais modelos em Y ou H, utilizados desde a época do Vietnam, e em uso por nossas FFAA, dado o fato de o “grosso” da carga ser transportado na veste de combate ou no próprio colete balístico. 
Além desta melhoria, foi introduzido um sistema de suspensão, com uma espécie de anéis de anéis de borracha e um anel de “paracord” de maior diâmetro, a fim de dar uma flexibilidade que reduz o desconforto quando usado com os citados colete balístico e vestes de combate.

Versão atual, onde notamos a parte posterior com uma corrediça plástica, ao invés da tradicional costura, o que aumentou a flexibilidade e o conforto. Fotos do www.militarymorons.com
Uma outra criação, também da High Speed Gear Inc., é um sistema MOLLE para uso por parte de tripulantes de blindados e pilotos de helicópteros ou aeronaves, que permite o porte de pistola, carregadores e de diversos outros itens, de acordo com a necessidade operacional.

Versão para deserto, com acessório tipo coldre e bolsa multifuncional em um dos lados, e porta carregador triplo para pistola do outro.


Versão para mata, com coldre para pistola e porta carregador triplo em um dos lados, e porta carregador quádruplo para fuzil M-16 do outro. É apenas mais uma das inúmeras configurações possíveis. Note a corda elástica de segurança sobre a empunhadura da pistola, destinada a mantê-la no lugar mesmo em atividades muito dinâmicas.