As Forças Armadas de 10 países americanos se dispõem a realizar o que aprenderam nas aulas, durante as manobras militares Parceria das Américas, patrocinadas pelas Forças de Fuzileiros Navais do Sul dos EUA (MARFORSOUTH), dentro do Comando Sul dos EUA, em Camp Blanding, Flórida, do dia 3 ao 17 de setembro.
Depois de 13 dias de intensos trabalhos, membros das Forças Armadas do Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Estados Unidos encerraram, em 16 de setembro, o exercício militar Parceria das Américas em Camp Blanding, uma base militar da Guarda Nacional dos Estados Unidos.
Nesse último dia, os participantes não escondiam um sorriso de satisfação por um trabalho cumprido ao pé da letra, como dizem os cânones militares. Missão cumprida, diziam sem falar todos aqueles rostos solenes no Quarto de Controle de Exercícios da base, no sul de Jacksonville, Flórida.
A Parceria das Américas é a porção terrestre do exercício militar UNITAS que, com 53 anos de idade, é o mais antigo exercício naval na área do Comando Sul dos EUA e que, nesta edição, está sendo realizado entre os dias 17 e 28 de setembro em Cayo Hueso, Flórida.
Desde 2006, os exercícios tiveram como cenários a Argentina, Brasil, Colômbia, Peru (duas vezes), Chile e Estados Unidos. Este ano, coube às Forças de Fuzileiros Navais Sul dos EUA (MARFORSOUTH) ser os anfitriões da Parceria das Américas, que teve início no dia 3 de setembro. “Nosso objetivo é reunir a cada ano todos os corpos de Fuzileiros Navais do Hemisfério ocidental para trabalhar coordenadamente em operações táticas no ar, na terra e no mar, desenvolvendo missões de apoio à paz, de defesa da soberania e assistência humanitária em todos os países amigos do Comando Sul dos EUA”, disse a Diálogo o coronel reformado Augustín Bolanio, que estava à frente das atividades.
Com três áreas de manobras em um total de 220 quilômetros quadrados, 50 campos de tiro, dois centros de treinamento em terreno urbano com 16 prédios, uma ponte, um túnel, um lago natural e vários corpos de água disponíveis para simular práticas de manobras em rio, Camp Blanding tornou-se um ambiente ideal para o exercício.
Como em oportunidades anteriores, o objetivo do evento foi o aprendizado mútuo, preparando os participantes para o intercâmbio de informações e técnicas entre os militares dos diversos países. “Os parceiros da América do Norte ensinam a seus aliados do sul como executar operações de apoio à paz, manobras anfíbias e de resposta a crises em áreas urbanas. As forças aliadas da América do Sul mostram suas habilidades e experiências em táticas de guerrilha na selva, operações em rios, missões de assistência humanitária e ações de emergência em casos de desastres naturais”, declarou a Diálogo o Capitão Julián Cajas, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais do Equador.
A Parceria das Américas proporciona aos participantes a oportunidade de receber treinamento acadêmico e prático no desenvolvimento das destrezas necessárias para planejar e executar missões, como parte de uma Força Armada multinacional. Esses exercícios se concentram no planejamento de ações e deslocamento de pessoal e recursos, de acordo com um plano determinado.
Em Camp Blanding, os salões de treinamento lembravam a sala de conferências das Nações Unidas, onde os tradutores têm um papel decisivo no correto entendimento das propostas, ideias e ordens de execução. No caso atual, os participantes do exercício se comunicavam em três idiomas diferentes: inglês, espanhol e português. “Não é fácil, sobretudo quando não estamos acostumados a pensar em um idioma diferente daquele que se utiliza diariamente em nossos locais de origem, mas depois de poucos dias nos habituamos e, depois, passa a ser até divertido”, disse o Capitão-de-Corveta José Álvarez, do Corpo de Fuzileiros Navais do Chile.
Para colocar em prática o que foi aprendido nas aulas, os participantes dessas manobras cruzaram os céus da base militar em helicópteros e aviões de caça, navegaram nos lagos em botes equipados com motores velozes, patrulharam as ruas e vias em veículos motorizados e a pé, e vigiaram a área com franco-atiradores localizados em pontos estratégicos, camuflados entre a vegetação do lugar.
Ninguém sabe a extensão do desastre que um terremoto ou uma inundação podem causar, disse a Diálogo o Capitão Jonatas Magalhães, comandante de Tropas de Desembarque do Brasil, que explicou que as Forças Armadas de seu país estão preparadas para responder com rapidez e eficiência diante de qualquer eventualidade. “Em grande parte, graças a esses tipos de exercícios militares”, garantiu ele.
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